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domingo, 28 de agosto de 2016

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Fenômenos Mediúnicos na História da Humanidade

Quando nos perguntamos o que é o Espiritismo ou como foi codificado o Espiritismo, precisamos entender historicamente o caminhar da mediunidade, que como veremos mais à frente é a faculdade de entrar em contato com o mundo espiritual, pois foi precisamente através dos fenômenos mediúnicos que o Espiritismo surgiu.

Engana-se aquele que pensa que os fenômenos mediúnicos são recentes, ou obras do espiritismo. A relação entre o mundo espiritual e o mundo físico perde-se na memória da humanidade, e o homem sempre portou a faculdade de contatar aqueles que não pertencem mais ao mundo dos encarnados.

A faculdade mediúnica é inerente a todos os homens, é um sentido, assim como a visão, e são raríssimos os casos em que o homem não sinta direta ou indiretamente a influência do outro mundo e de seus habitantes.

Durante muito tempo a humanidade guiou-se por esses fenômenos, tidos até então como maravilhosos e sobrenaturais. Em algumas culturas eram considerados meios de contatar os próprios Deuses e por esse motivo a mediunidade e os médiuns, seres portadores desta faculdade de forma mais ostensiva, eram considerados verdadeiros santos, sacerdotes enviados pelos Deuses ao mundo dos viventes para guia-los e instruí-los durante sua passagem pela Terra.


Veremos agora o desenvolver da mediunidade no decorrer da história e das sociedades.



                   Os Fenômenos mediúnicos na história da humanidade

                                  A mediunidade nas Sociedades Primitivas Tribais


Quando pensamos em mediunidade remetemo-nos ao período pré-histórico denominado Paleolítico, período que vai de 2,5 Milhões Antes de Cristo a 10.000 anos Ante de Cristo, onde os humanos eram essencialmente nômades caçador-coletores, tendo que se deslocar constantemente em busca de alimentos. Desenvolveram os primeiros instrumentos de caça feitos em madeira, osso ou pedra lascada. Apesar de convencionar-se que a consolidação da religião ocorre no período Neolítico, a arqueologia registra que no Paleolítico existiu uma religião primitiva. Essa era baseada no culto à mulher com a associação desta ao poder de dar a vida. Foram descobertas, no abrigo de rochas Cro-Magnon em Les Eyzies, conchas cauris, descritas como "o portal por onde uma criança vem ao mundo"; eram cobertas por um pigmento de cor vermelho ocre, que simbolizava o sangue, e estavam intimamente ligadas ao ritual de adoração às estatuetas femininas, que evidenciavam a função da mulher no período, a de procriar, com úteros grandes, que se entende como gravidez e seios também grandes, evidenciando a amamentação. Escavações atestaram que estas estatuetas eram encontradas muitas vezes numa posição central, em oposição aos símbolos masculinos, que eram localizados em posições periféricas ou ladeando as estatuetas femininas.

Passando do Paleolítico temos o período denominado Neolítico, ou “Período da Pedra Polida”, datando cerca de 3.000 anos Antes de Cristo, quando a humanidade que até então era nômade, começou a sedentarizar e a organizar-se em tribos e pequenas sociedades que possuíam entre si os seus xamãs, uma espécie de sacerdote, médico, curandeiro, conselheiro e adivinho. Era um líder espiritual com funções e poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa que tinha a capacidade de, por meio de êxtase, manter contato com o universo sobrenatural e com as forças da natureza.


                                                                 A mediunidade no Hinduísmo.



O hinduísmo é uma tradição religiosa oriental, originada na índia e não tem um sistema unificado de crenças, abrange todos os fenômenos religiosos que se originam e são baseados nas tradições védicas. Pouco se é conhecido sobre a origem do Hinduísmo, já que sua existência antecede registros históricos, a sua existência é estimada entre 4.000 a 6.000 anos Antes de Cristo.

O hinduísmo moderno cresceu a partir dos Vedas que são os textos mais antigos do hinduísmo, e também influenciaram o budismo, o jainismo e o sikhismo. Os Vedas contêm hinos, encantamentos e rituais da Índia antiga. Juntamente com o Livro dos Mortos (coletânea de feitiços, fórmulas mágicas, orações, hinos e litanias do Antigo Egito,), com o Enuma Elish (é o mito de criação babilônico), I Ching (O pode ser compreendido e estudado tanto como um oráculo quanto como um livro de sabedoria. Na própria China, é alvo do estudo diferenciado realizado por religiosos, eruditos e praticantes da filosofia de vida taoísta.) e o Avesta (escrituras sagradas do zoroastrismo), eles estão entre os mais antigos textos religiosos existentes. Além de seu valor espiritual, eles também oferecem uma visão única da vida cotidiana na Índia antiga.

Desde tempos imemoriais, os brâmanes (é um membro da casta sacerdotal indiana), iniciados nos mistérios sagrados, preparavam indivíduos chamados “faquires” para a obtenção dos mais notáveis fenômenos mediúnicos, tais como a levitação, o estado sonambúlico até o nível de êxtase, a insensibilidade hipnótica à dor, entre outros, além do treino para a evocação dos Pitris (espíritos que vivem no espaço, depois da morte do corpo), cujos segredos eram reservados somente àqueles que “apresentassem 40 anos de noviciado e de obediência passiva”.

A iniciação entre os brâmanes comportava três graus:

·         No primeiro, eram formados para se encarregar do culto vulgar e explorar a credibilidade da multidão. Ensinava-se a eles comentar os três primeiros livros dos Vedas, dirigir as cerimônias e cumprir os sacrifícios. Os brâmanes do primeiro grau estavam em comunicação constante com o povo, eram seus diretores imediatos.

·         O segundo grau era composto dos “exorcistas, adivinhos e profetas evocadores de espíritos”, que eram encarregados de atuar sobre a imaginação das massas, por meio de fenômenos sobrenaturais.

·         No terceiro grau, os brâmanes não tinham mais relações diretas com a multidão e quando o faziam, era sempre por meio de fenômenos aterrorizantes e de longe.



                                                         A mediunidade no Antigo Egito






Antigo Egito foi uma civilização da Antiguidade oriental do Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do rio Nilo, no que é hoje o país moderno do Egito. A civilização egípcia se aglutinou em torno de 3 150 antes de Cristo com a unificação política do Alto e Baixo Egito, sob o primeiro faraó desenvolveu-se ao longo dos três milênios seguintes. Sua história desenvolveu-se ao longo de três grandes reinos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como Períodos Intermediários.

Para compreendermos a mediunidade no antigo Egito é preciso que compreendamos um pouco  como a sociedade egípcia funcionava e como era a sua ligação com a Religião.

A sociedade egípcia era organizada de forma eficiente, embora injusta, mas a sua eficiência garantia sua expansão e funcionamento adequado   .




Cada segmento da hierarquia possuía funções e poderes determinados. Ocuparmo-nos apenas dos sacerdotes.

Na escala de poder estavam abaixo apenas do Faraó, com quem mantinham contato direto. Eram responsáveis por rituais, festas, todas, é claro, ligadas as atividades religiosas. Tinha como função também administrar todos os bens que eram oferecidos aos deuses, assim, acabavam acumulando uma grande quantidade de bens materiais.

“De forma idêntica às práticas religiosas da antiga Índia, as faculdades mediúnicas no Egito foram desenvolvidas e praticadas no silêncio dos templos sagrados, sob o mais profundo mistério e rigorosamente vedadas à população leiga. A iniciação nos templos egípcios era cercada de numerosos obstáculos e exigia-se o juramento de sigilo. A menor indiscrição era punida com a morte.

Saídos de todas as classes sociais, mesmo das mais ínfimas, os sacerdotes eram os verdadeiros senhores do Egito. Os reis por eles escolhidos e iniciados só governavam a nação a título de mandatários. Todos os historiadores estão de acordo em atribuir aos sacerdotes do antigo Egito poderes que pareciam sobrenaturais e misteriosos.

Os magos dos faraós realizavam todos esses prodígios que são referidos na Bíblia. É bem certo que eles
evocavam os mortos, pois Moisés, seu discípulo, proibiu formalmente que os hebreus se entregassem a essas práticas. Os sacerdotes do antigo Egito eram tidos como pessoas sobrenaturais, em face dos poderes mediúnicos que eram misturados maliciosamente com práticas mágicas e de prestidigitação. A ciência dos sacerdotes do Egito antigo ultrapassava em muito a ciência atual, pois conheciam o magnetismo, o sonambulismo, curavam pelo sono provocado, praticavam largamente a sugestão, usavam a clarividência com fins terapêuticos e eram célebres pelas práticas de curas hipnóticas.

No tempo em que Moisés libertou o povo hebreu do cativeiro egípcio, vamos encontrar o espírito daquele
que um dia seria o codificador da doutrina espírita envergando a túnica sacerdotal e já detentor de sabedoria que o colocava como sacerdote preferido do faraó Ramsés II.

O sacerdote Amenophis era médium de efeitos físicos, inclusive existem relatos sobre as sessões de materialização que eram realizadas naquela época.” (Revista Cristã de Espiritismo nº12 pág 20-24)



Mediunidade na Grécia Antiga




Tradicionalmente, a Grécia Antiga abrange desde 1 100 a.C. (período posterior à invasão dórica) até à dominação romana em 146 a.C., contudo deve-se lembrar que a história da Grécia inicia-se desde o período paleolítico, perpassando a Idade do Bronze com as civilizações Cicládica (3000-2 000 a.C.), minoica (3000-1 400 a.C.) e micênica (1600-1 200 a.C.); alguns autores utilizam de outro período, o período pré-homérico (2000-1 200 a.C.), para incorporar mais um trecho histórico a Grécia Antiga.

Os gregos praticavam um culto politeísta antropomórfico, em que os deuses poderiam se envolver em aventuras fantásticas, tendo, também, a participação de heróis (Hércules, Teseu, Perseu, Édipo) que eram considerados divinos. Não havia dogmas e os deuses possuíam tanto virtudes quanto defeitos, o que os assemelhava aos mortais no aspecto de personalidade. Para relatar os feitos dos deuses e dos heróis, os gregos criaram uma rica mitologia.

Além dos grandes santuários como os de Delfos, Olímpia e Epidauro, havia os oráculos que também recebiam grandes multidões, pois lá se acreditava receber mensagens diretamente dos deuses. Um exemplo claro estava no Oráculo de Delfos, onde uma pitonisa (sacerdotisa do templo de Apolo) entrava em transe e pronunciava palavras sem nexo que eram interpretadas pelos sacerdotes, revelando o futuro dos peregrinos.

As práticas religiosas gregas influenciaram as práticas Romanas até 391 d. C. quando Teodósio I, último líder de um Império Romano unido, oficializou a conversão do império romano ao Cristianismo.

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