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O que é Obsessão ?
1 - Conceito de Obsessão
Obsessão é o domínio que alguns Espíritos logram adquirir sobre certas pessoas. Nunca é praticada senão pelos Espíritos inferiores, que procuram dominar.
Os bons Espíritos nenhum constrangimento infligem. Aconselham, combatem a influência dos maus e, se não os ouvem, retiram-se. Os maus, ao contrário, se agarram àqueles de quem podem fazer suas presas. Se chegam a dominar algum, identificam-se com o Espírito deste e o conduzem como se fora verdadeira criança. Geralmente é distúrbio espiritual de longo curso, com graves consequencias, em forma de distonias mentais, emocionais e desequilíbrios fisiológicos. Em casos mais graves, a obsessão é enfermidade espiritual de erradicação demorada e difícil, pois que muito mais depende do encarnado perseguido do que do desencarnado perseguido.
2 - Quem é o Obsessor
Obsessor - do latim obsessore - Aquele que causa a obsessão; que importuna. Não é um ser estranho a nós. Pelo contrário. É alguém que privou da nossa convivência, de nossa intimidade, por vezes com estreitos laços afetivos.
O Espírito perseguidor, genericamente denominado obsessor, em verdade é alguém colhido pela própria aflição. Ex-transeunte do veículo somático, experimentou injuções que o tornaram revel, fazendo que guardasse no recesso da alma as aflições acumuladas, de que não se conseguiu liberar sequer após o decesso celular.
Sem dúvidas, vítima de si mesmo, da própria incúria e invigilância, transferiu a responsabilidade do seu insucesso a outra pessoa que, por circunstância qualquer, interferiu decerto negativamente na mecânica dos seus malogros.
Há obsessores que não possuem vínculos cármicos com o encarnado e que no entanto, podem causar-lhes grandes transtornos. São Espíritos moralmente inferiores geralmente agindo de preferência nas próprias paisagens invisíveis, em torno de entidades desencarnadas não devidamente moralizadas, mas também podendo interferir na vida dos encarnados, prejudicando-os e até os levando aos estados alucinatórios, ou mesmo ao estado de obsessão, pelo simples prazer de praticar o mal, divertindo-se.
2.1 - Tipos de Obsessores
a) Obsessores que não intencionam fazer o mal
- Há obsessores que não são totalmente maus, é preciso que se diga. Como ninguém é absolutamente mau. São antes, doentes da alma. Possuem sementes de bondade, recursos positivos que são abafados, adormecidos. Nem todo obsessor tem consciência do mal que está praticando. Existem aqueles que agem por amor, por zelo, pensando ajudar ou querendo apenas ficar junto do ser querido. São pessoas mais desajustadas em termos afetivos. Amam egoisticamente; exigem, igualmente, exclusividade nas relações afetivas.Outras vezes amam alguém de forma deturpada, com excessivo apego. É uma mãe ou um pai fortemente vinculados a um filho, tolhendo sua liberdade, restringindo-o ao campo da sua atuação. Não querem dividi-lo com ninguém. É um esposo ou uma esposa ciumentos, que desconfiam de tudo, que mantêm controle do cônjuge, fazendo-o prisioneiro nas garras de sua insegurança. Essas são as principais características do obsessor não propriamente vinculados ao mal, mas vinculados ao egoísmo, ao ciúme e ao sentimento de posse.
b) Obsessores vinculados ao mal
- Obsessores, sim, os há, transitoriamente, que se entregam à fascinação da maldade, de que se fazem cultores, enceguecidos e alucinados pelos tormentosos desesperos a que se permitiram, detendo-se nos eitos, da demorada loucura - verdugo impiedoso de si mesmo - pois todo mal sempre termina por infelicitar aquele que lhe presta culto de subserviência. Tais Entidades - que oportunamente são colhidas pelas sutis injuções da Lei Divina - governam redutos de sombra e viciação, com sede nas Regiões Tenebrosas da Espiritualidade Inferior, donde se espraiam na direção de muitos antros de sofrimento e perturbação na Terra, atingindo, também, vezes muitas, as mentes ociosas, os Espíritos calcetas, os renitentes, revoltados, por cujo comércio dão início a processos muito graves de obsessão de longo curso. Tais obsessores são adeptos da revolta e do desespero. São pobres desequilibrados que tentam induzir todas as situações à desarmonia em que vivem. Eles se organizam em falanges cujos integrantes apresentam no perispírito aspectos disformes, grotescos, extravagantes, e cujas configurações e ações pareciam fruto de pesados àqueles que não se afinam com as blandícias da Espiritualidade. Provocam-nos, seduzem-nos, aterrorizam-nos, criando mil fantasmagorias que às pobres vítimas parecerão alucinações diabólicas, das mesmas se servindo, ainda como joguetes para a realização de caprichos, maldades e até obscenidades. Comumente, queixam-se aos suicidas de tais falanges, cujo assalto lhes agrava, no pélago de males para onde o suicídio os atirou, o seu insuportável suplico.
3 - Quem é o Obsidiado
Obsidiado - Obsesso: Importunado, atormentado, perseguido. Indivíduo que se crê atormentado, perseguido pelo Demônio. Obsidiado - todos nós, o fomos ou ainda somos.
3.1 - Tipos de Obsidiados
a) Psicopatas amorais
- São Espíritos endividados, que contraíram débitos pesados em existências anteriores, após estágio mais ou menos prolongados na regiões espirituais de sofrimento e de dor, em que volvem à reencarnação, quando se mostrem inclinados à recuperação dos valores morais em si mesmos. Transportados a novo berço, comumente entre aqueles que os induziram à queda, quando não se vêem objeto de amorosa ternura por parte de corações que por eles renunciam à imediata felicidade nas Esferas Superiores, são resguardados no recesso do lar. Contudo, renascem no corpo carnal espiritualmente jungidos às linhas inferiores de que são advindos, assimilando-lhes, facilmente, o influxo aviltante. Reaparecem desse modo, na arena física. Mas, via de regra, quando não se mostram retardados mentais, desde a infância, são perfeitamente classificáveis entre os psicopatas amorais segundo o conceito da insanidade moral, vulgarizado pelos ingleses, demonstrando manifesta perversidade, na qual se revelam constantemente brutalizados e agressivos, petulantes e pérfidos, indiferentes a qualquer noção da dignidade e da honra, continuamente dispostos a mergulhar na criminalidade e no vício.
b) Doentes mentais
- Reconhecemos, com os ensinamentos da Doutrina Espírita, que todos aqueles portadores de esquizofrenias, psicopatologias variadas, dentro de um processo cármico, são Entidades normalmente vinculadas a graves débitos, a dívidas de delitos sociais, e, conforme nos achamos dentro desse quadro de compromisso, essas psicopatologias de multiplicada denominação assumem intensidade maior ou menor.
Nos casos de epilepsia, tudo nos leva a crer que as Entidades credoras em se aproximando do devedor indiretamente, ou por meio do pensamento, promovem como um acordamento da culpa, e ele então no chamado transe epiléptico.
Na retaguarda dos desequilíbrios mentais, sejam da ideação ou da afetividade, da atenção e da memória, tanto quanto por trás de enfermidades psíquicas clássicas, por exemplo, como as esquizofrenias e as parafrenias, as oligofrenias e a paranóia, as psicoses e neuroses de multifária expressão, permanecem perturbações da individualidade transviada do caminho que as Leis Divinas lhe assinalam à evolução moral.
c) Psicopatas astênicos e abúlicos
- Aqueles Espíritos relativamente corrigidos nas escolas de reabilitação da Espiritualidade desenvolvem-se, no ambiente humano, enquadráveis entre os psicopatas astênicos e abúlicos, fanáticos e hipertímicos, ou identificáveis como representantes de várias doenças e delírios psíquicos, inclusive aberrações sexuais diversas. As características predominantes destes obsidiados são as irresponsabilidade e a fraqueza perante a vida. Neles, o senso de honre ou de dever, é praticamente inexistente. Não sabem ou não conseguem tomar uma decisão, revelando terrível fraqueza moral.
4 - O Processo Obsessivo
O processo obsessivo não se instala de imediato: é gradual, de acordo com o grau ou a intensidade da obsessão, que Kardec classifica em simples, fascinação e subjulgação. No inicio, o Espírito perseguidor localiza no seu alvo os condicionamentos, a predisposição e as defesas desguarnecidas, disso tudo se valo o obsessor para instalar a sua onda mental na mente da pessoa visada. A interferência se dá por processo análogo ao que acontece na radio, quando uma emissora clandestina passa a utilizar determinada frequência prejudicando-lhe a transmissão. O passo seguinte é a ação persistente do obsessor para que se estabeleça a sintonia mental, entre ele e o perseguido. Passa a enviar os seus pensamentos, numa repetição constante, hipnótica à mente da vítima, que, incauta, invigilante, assimila-os e reflete-os, deixando-se dominar pelas idéias intrusas. Além da ação hipnótica, há também o envolvimento fluídico, que torna o perseguido debilitado, favorecendo, assim, a ação do obsessor.
O Espirito perseguidor atua exteriormente, com a ajuda do seu perispírito, que ele identifica com o do encarnado, ficando este afinal enlaçado como que por uma teia e constrangido a proceder contra a sua vontade.
O Obsessor não dá trégua ao obsidiado. Por ação própria e de outros Espíritos que são igualmente por ele dominados, mantém sua ação persistente junto ao objeto de sua perseguição. Durante o sono, sobretudo, age com mais intensidade. A pessoa deixa-se dominar por um inimigo invisível, durante o sono. Afina-se com o seu caráter deste e recebe as suas ordens ou sugestões, tal como o sonâmbulo às ordens do seu magnetizador. Ao despertar, reproduz, mais tarde, em ações da sua vida prática, as ordenações então recebidas, as quais poderão levá-lo até mesmo ao crime e ao suicídio. Será prudente que a oração e a vigilância sejam observadas com assiduidade, particularmente antes do sono corpóreo, a fim de proteger-se contra esse terrível perigo, pois que isso favorecerá uma como harmonização da sua mente com as forças do Bem, o que evitará o desastre. Em outras ocasiões, os obsessores agem sobre os perseguidos empolgando-lhes a imaginação com formas mentais monstruosas, operando perturbações que podemos classificar como "infecções fluídicas' e que determinam o colapso cerebral com arrasadora loucura. E ainda muitos outros, imobilizados nas paixões egoísticas desse ou daquele teor, descansam em pesado monodeísmo, ao pé dos encarnados de cuja presença não se sentem capazes de afastar-se. Alguns, como os ectoparasitas temporários, procedem à semelhança de mosquitos e dos ácaros, absorvendo emanações vitais dos encarnados que com eles se harmonizam, aqui e ali; mas outros muitos, quais endoparasitas conscientes, após se inteirarem dos pontos vulneráveis de suas vítimas, segregam sobre elas determinados produtos, filiados ao quimismo do Espírito, e que podemos nomear como sapatinas, e aglutininas mentais, produtos esses que, sub-repticiamente, lhes modificam a essência dos próprios pensamentos.
Nos processos obsessivos mais intensos, em que o obsidiado já não se governa, tornando-se evidentes os distúrbios psíquicos e físicos, os obsessores mais distanciados do bem utilizam-se dos chamados ovóides para tornar ferrenha a perseguição. Esses Espíritos endurecidos implantem os ovóides na estrutura perispiritual do encarnado, em pontos estratégicos (medula nervosa, centros de forças (Chacras)) para estabelecerem maior controle. Os ovóides são entidades humanas desencarnadas que perderam a forma anatômica do perispírito, característica da espécie humana. O Perispírito de tais criaturas sofreu uma espécie de transubstanciação, tendo adquirido uma morfologia anômala, de esferas escuras, pouco maiores que um crânio humano. Algumas dessas entidades apresentam movimentos próprios, agindo como se fossem grandes amebas. Outras, no entanto mantêm-se em repouso, aparentemente inertes ligada ao hato vital das personalidades em movimento.
Algumas condições espirituais favorecem a ovidização -transformação do perispírito do desencarnado em ovóide -, por exemplo, sentimentos de vingança, ódio, culpa ou pervesão moral.
( Estudo retirado da apostila "Estudo e Prática da Mediunidade - Programa I" editada e distribuída pela Federação Espírita do Brasil - FEB Edição Outubro/2009 )
O QUE PREDISPÕE À OBSESSÃO🤔
Suely Caldas Schubert
“(...) as Imperfeições morais dão azo à ação dos Espíritos obsessores.” (O Livro dos Médiuns, Allan Kardec, item 252.)
Tal como acontece quando nos apresentamos com predisposição para um mal físico qualquer, assim também ocorre no campo espiritual. Pensamentos e estados emocionais negativos criam zonas mórbidas em nosso campo mental, facultando a inoculação de pensamento alheio, que, virulento — por ser de teor
inferior —, age em nós como se fora uma afecção mental, instalando-se em decorrência o processo obsessivo.
Somente existe a obsessão porque há endividados, criaturas que se procuram através dos tempos para acertar os débitos do passado. E somente existem esses processos dolorosos de resgate porque o homem ainda é imperfeito, trazendo em si mesmo maior quota de sombras, mais pesada bagagem de inferioridade.
Emergindo lentamente do limo da terra, da ganga da materialidade, só a muitos pesares e dores está conseguindo alijar o fardo de imperfeições que carrega. Neste sentido, a obsessão vem sendo o acúleo doloroso que o impele a mais rapidamente livrar-se do fardo da inferioridade.
Manoel Philomeno de Miranda esclarece: “Em toda obsessão, mesmo nos casos mais simples, o encarnado conduz em si mesmo os fatores predisponentes e preponderantes — os débitos morais a resgatar — que facultam a alienação.” (6)
Este mesmo autor, em outra obra (“Grilhões Partidos”) refere-se a “causas carmicas, aquelas que precedem à vida atual e que vêm impressas no psicossoma (ou perispírito) do enfermo, vinculadas pelos débitos transatos àqueles a quem usurpou, abusou, prejudicou”.
O caso de E... demonstra a existência dessas causas carmicas, predispondo à obsessão e enfermidades.
E... desde a mocidade foi uma pessoa enfermiça, sempre sofrendo de várias doenças, principalmente de uma inexplicável dor nas pernas, sem razões plausíveis para a Medicina.
Frequentando as reuniões públicas da “Casa Espírita”, durante anos, E... tornou-se com o tempo participante de uma das reuniões mediúnicas. Frequentadora assídua, comparecia semanalmente, mas sempre queixando-se de suas dores.
Certo dia, teve a surpresa de assistir à comunicação de um Espírito que disse ter sido seu escravo em existência anterior e que havia morrido de fome e sede, depois de passar dias acorrentado, por sua ordem. Confessou persegui-la há anos e, após ouvir as ponderações do doutrinador, disse que só a deixaria se ela lhe pedisse perdão. Apesar de conhecer o mecanismo da reencarnação e da lei de causa e efeito, apesar de conhecer a lei de amor e os ensinamentos evangélicos que o Espiritismo veio reviver, E... recusou-se a pedir perdão a um “negro escravo”, evidenciando todo o orgulho que ainda carrega dentro de si. E que, na realidade, embora conhecendo a Doutrina Espírita, ainda não a sentia no coração.
Hoje, com avançada idade, a Sra. E... continua a carregar os seus males, agravados pela idade e pela persistência no orgulho, principalmente padecendo de dores nas pernas, acorrentada que está ao seu passado, como escrava da prepotência e do egoísmo. Apesar de tomar semanalmente o seu passe...
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