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sábado, 17 de setembro de 2016
Post.174
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quinta-feira, 15 de setembro de 2016
Post.173
[RE] - Espíritos impostores - O falso Padre Ambrósio
Por Allan Kardec
Um
dos escolhos apresentados pelas comunicações espíritas é o dos
Espíritos impostores, que podem induzir em erro quanto a sua identidade e
que, ao abrigo de um nome respeitável, tentam passar os mais grosseiros
absurdos. Em muitas ocasiões esse perigo nos tem sido explicado;
entretanto, ele nada é para quem perscruta tanto a forma quanto o
conteúdo da linguagem dos seres invisíveis com os quais entra em
comunicação.
Não é possível repetir aqui o que temos dito a tal
respeito. Leia-se atentamente o que dizemos nesta Revista, em o Livro
dos Espíritos e em nossa Instrução prática[1] e ver-se-á que nada é mais
fácil do que se premunir contra fraudes semelhantes, por menor que seja
nossa boa vontade. Reproduzimos apenas a comparação que segue, por nós
citada alhures:
“Suponhamos que no quarto vizinho a este que
ocupais estejam vários indivíduos desconhecidos e que não os possais
ver, embora os escuteis perfeitamente. Não seria fácil, por sua
conversa, reconhecer se se trata de ignorantes ou de sábios, de gente
decente ou de malfeitores, de homens sérios ou de estouvados, de pessoas
finas ou de gente rústica?”
Façamos uma outra comparação, sem
sairmos de nossa Humanidade material. Suponhamos que se vos apresente
alguém com o nome de um distinto literato. Ao ouvir o nome,
recebê-lo-eis com toda a consideração devida ao seu suposto mérito, mas
se ele se exprimir como um mariola, reconhecê-lo-eis imediatamente e o
expulsareis como um impostor.
Dá-se o mesmo com os Espíritos.
Eles são reconhecidos pela linguagem. A dos Espíritos superiores é
sempre digna e em harmonia com a sublimidade dos pensamentos. Jamais uma
trivialidade lhes macula a pureza. A grosseria das expressões baixas é
peculiaridade dos Espíritos inferiores. Todas as qualidades e
imperfeições dos Espíritos se revelam na sua linguagem. Pode-se assim, e
com razão, aplicar-lhes a frase de célebre escritor: O estilo é o
homem.
Estas reflexões nos são sugeridas por um artigo do
Spiritualiste de la Nouvelle-Orléans, do mês de dezembro de 1857. É uma
conversa estabelecida através de um médium, entre dois Espíritos, um
dizendo-se o Padre Ambrósio, o outro Clemente XIV. O Padre Ambrósio foi
um respeitável sacerdote, falecido em Louisiana, no século passado. Era
um homem de bem, de grande inteligência e deixou uma memória venerada.
Nesse
diálogo, onde o ridículo compete com o ignóbil, é impossível nos
enganarmos quanto à qualidade dos interlocutores e é forçoso convir que
aqueles Espíritos tomaram poucas precauções com o seu disfarce, pois
qual seria a criatura de bom-senso que, ao menos por um minuto,
admitiria que o Padre Ambrósio e Clemente XIV tivessem podido descer
àquelas trivialidades que mais parecem uma exibição de saltimbancos? Não
se exprimiriam de modo diferente comediantes de última classe que
parodiassem essas duas personagens.
Estamos convencidos de que o
círculo de Nova Orléans, onde se passou o fato, o compreendeu como nós.
Duvidar disso seria uma injúria. Apenas lamentamos que ao publicá-lo não
o tivessem acompanhado de observação corretiva, no sentido de impedir
que as criaturas superficiais o tomassem como modelo de estilo sério de
além-túmulo. Apressemo-nos, entretanto, em declarar que esse círculo não
recebe apenas comunicações de tal ordem; há outras de caráter muito
diverso, nas quais encontramos toda a sublimidade do pensamento e da
expressão dos Espíritos superiores.
Pensamos que a evocação do
verdadeiro e do falso Padre Ambrósio poderia oferecer material útil para
observações relativas aos Espíritos impostores. Foi o que fizemos, como
se pode ver pela seguinte entrevista:
1. ─ Peço a Deus
Todo-Poderoso permitir que o Espírito do verdadeiro Padre Ambrósio,
falecido em Louisiana no século passado, e que deixou uma memória
venerável, venha comunicar-se conosco.
─ Aqui estou.
2. ─
Teríeis a bondade de dizer se fostes realmente vós e Clemente XIV que
tivestes a conversa relatada no Spiritualiste de la Nouvelle-Orléans,
cuja leitura fizemos na sessão passada?
─ Lamento os homens que foram vítimas dos Espíritos, tanto quanto lamento a esses.
3. ─ Qual foi o Espírito que tomou o vosso nome?
─ Um pelotiqueiro.
4. ─ E o interlocutor era realmente Clemente XIV?
─ Era um Espírito semelhante ao que me tomou o nome.
5. ─ Como pudestes permitir coisas semelhantes em vosso nome? Por que não viestes desmascarar os impostores?
─ Porque nem sempre posso impedir que homens e Espíritos se divirtam.
6.
─ Compreendemo-lo quanto aos Espíritos. Mas, quanto às pessoas que
recolheram as palavras, são gente séria; não buscavam divertimentos.
─ Uma razão a mais. Eles deviam pensar logo que tais palavras não poderiam deixar de ser a linguagem de Espíritos zombeteiros.
7. ─ Por que os Espíritos não ensinam em Nova Orleans, princípios perfeitamente idênticos aos que aqui ensinam?
─ Em breve lhes servirá a doutrina que vos é ditada. Haverá apenas uma.
8.
─ Desde que essa doutrina deverá ser ali ensinada mais tarde,
parece-nos que se o fosse imediatamente aceleraria o progresso e
evitaria que alguns tivessem dúvidas prejudiciais.
─ Os desígnios
de Deus são sempre impenetráveis. Não há outras coisas que, à vista dos
meios que ele emprega para atingir seus objetivos, parecem-vos
incompreensíveis? É preciso que o homem se habitue a distinguir o
verdadeiro do falso. Nem todos poderiam receber a luz de um jacto sem
serem ofuscados.
9. ─ Teríeis a bondade de nos dar vossa opinião pessoal relativamente à reencarnação?
─
Os Espíritos são criados ignorantes e imperfeitos. Uma única encarnação
não bastaria para que tudo aprendessem. É necessário que reencarnem, a
fim de gozarem a felicidade que Deus lhes reserva.
10. ─ Dá-se a reencarnação na Terra ou somente em outros globos?
─ A reencarnação se dá conforme o progresso do Espírito, em mundos mais perfeitos ou menos perfeitos.
11. ─ Isto não esclarece se pode ocorrer na Terra.
─
Sim, pode ocorrer na Terra, e se o Espírito a pede como missão,
ser-lhe-á mais meritório do que se a pedisse para avançar mais
rapidamente em mundos mais perfeitos.
12. ─ Rogamos a Deus Todo-Poderoso permita que o Espírito que tomou o nome do Padre Ambrósio venha comunicar-se conosco.
─ Aqui estou; mas não me queirais confundir.
13. ─ És realmente o Padre Ambrósio? Em nome de Deus te conjuro a dizer a verdade!
─ Não.
14. ─ Que pensas do que disseste em seu nome?
─ Penso como pensavam os que me escutavam.
15. ─ Por que te serviste de um nome respeitável para dizer semelhantes tolices?
─
Aos nossos olhos os nomes nada valem. As obras são tudo. Como pelo que
eu dizia, podiam ver o que eu era realmente, não liguei importância à
substituição do nome.
16. ─ Por que não sustentas a impostura em nossa presença?
─ Porque minha linguagem é uma pedra de toque, com a qual não vos podeis enganar.
OBSERVAÇÃO:
Por diversas vezes nos foi dito que a impostura de certos Espíritos é
uma prova para a nossa capacidade de julgar. É uma espécie de tentação
permitida por Deus, a fim de que, como disse o Padre Ambrósio, o homem
se habitue a distinguir o verdadeiro do falso.
17. ─ Que pensas de teu companheiro Clemente XIV?
─ Não merece mais do que eu. Ambos necessitamos de indulgência.
18. ─ Em nome de Deus Todo-Poderoso, eu lhe peço que ele venha.
─ Aqui estou, desde que chegou o falso Padre Ambrósio.
19. ─ Por que abusaste da credulidade de pessoas respeitáveis, para dar uma falsa ideia da Doutrina Espírita?
─ Por que nos inclinamos ao erro? Porque não somos perfeitos.
20.
─ Não pensastes ambos que um dia vosso embuste seria descoberto e que
os verdadeiros Padre Ambrósio e Clemente XIV não se exprimiriam como
vós?
─ Os embustes já eram conhecidos e castigados por aquele que nos criou.
21. ─ Pertenceis à mesma classe de Espíritos que chamamos batedores?
─ Não, pois ainda é necessário raciocínio para fazer o que fizemos em Nova Orleans.
22. (Ao verdadeiro Padre Ambrósio). ─ Estes impostores vos estão vendo aqui?
─ Sim. E sofrem com o meu olhar.
23. ─ São eles errantes ou reencarnados?
─ Errantes. Não seriam suficientemente perfeitos para o desprendimento, caso estivessem encarnados.
24. ─ E vós, Padre Ambrósio, em que estado vos encontrais?
─ Encarnado num mundo feliz e desconhecido para vós.
25.
─ Nós vos agradecemos os esclarecimentos que tivestes a bondade de nos
dar. Teríeis a gentileza de voltar outras vezes, trazendo-nos boas
palavras e deixando-nos um ditado que mostrasse a diferença entre o
vosso estilo e o daquele que usurpou o vosso nome?
─ Estou com aqueles que buscam o bem na verdade.
[1]
Obra esgotada, substituída pelo Livro dos médiuns. Entretanto,
conforme os direitos concedidos a Caírbar Schutel, foi feita uma
tradução brasileira para a Livraria Editora O Clarim, de Matão. (N. do
T).
Fonte: IPEAK - http://ipeak.net/site/estudo_janela_conteudo.php?origem=676&idioma=1. Acesso em 22.07.2016
Post.172 INDICAÇÃO DE LIVROS
Post.172
Massacre "em nome de Deus": Uma história de fanatismo cruel.
Em
"A Noite de São Bartolomeu", a escritora Wera Krijanowska relata um dos
episódios mais bárbaros dos conflitos entre católicos e protestantes na
França do Século XVI.
Uma
princesa católica se casa com um líder protestante para simbolizar a
paz entre as duas crenças que vinham se enfrentando em guerras
religiosas. Na madrugada do casamento,
porém, dezenas de líderes protestantes são executados a mando da
família da noiva, dando início a um massacre que duraria meses.
O
episódio, conhecido como "A Noite de São Bartolomeu", dá o título da
obra ditada por J. W. Rochester à médium russa Wera Krijanowska,
relançado em nova edição pela editora Boa Nova.
No
Livro, Rochester descreve o cotidiano de intrigas, fofocas, delações e
traições que estiveram por trás do casamento entre a católica Margarida
de Valois, princesa francesa, e o jovem líder do Partido Protestante,
Henrique de Navarra. A união foi o marco de uma noite de assassinatos
organizados pela Rainha-Mãe Catarina de Médicis, mãe da noiva.
"Os anos se passaram e ela se tornou Rainha. Na manhã do desastre da
Revolução de São Quentim, ela foi encarregada da regência provisória do
reino e revelou recursos políticos e uma energia que não se supunha ela
tivesse."
A tragédia, cometida "em nome de Deus", foi uma manobra fanática,
imediatista e cruel responsável pelas mais inomináveis barbaridades,
desencadeando incidentes que se prolongaram em séculos de provações para
Espíritos que, na calada da noite, interferiram brutalmente no destino
de milhares de protestantes huguenotes.
A obra está disponível à venda nas livrarias do país e pelo site da editora:
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Post.170:
TEXTO PARA REFLEXÃO...
"A prudência é a filha mais velha da sabedoria."
Victor Hugo
A Porta Mais Larga do Mundo
Conta-se que um dia um homem parou na frente do pequeno bar, tirou do
bolso um metro, mediu a porta e falou em voz alta: dois metros de altura
por oitenta centímetros de largura.
Admirado mediu-a de novo.
Como se duvidasse das medidas que obteve, mediu-a pela terceira vez. E assim tornou a medi-la várias vezes.
Curiosas, as pessoas que por ali passavam começaram a parar.
Primeiro um pequeno grupo, depois um grupo maior, por fim uma multidão.
Voltando-se para os curiosos o homem exclamou, visivelmente
impressionado: "parece mentira!" esta porta mede apenas dois metros de
altura e oitenta centímetros de largura, no entanto, por ela passou todo
o meu dinheiro, meu carro, o pão dos meus filhos; passaram os meus
móveis, a minha casa com terreno.
E não foram só os bens materiais. Por ela também passou a minha saúde,
passaram as esperanças da minha esposa, passou toda a felicidade do meu
lar...
Além disso, passou também a minha dignidade, a minha honra, os meus sonhos, meus planos...
Sim, senhores, todos os meus planos de construir uma família feliz, passaram por esta porta, dia após dia... gole por gole.
Hoje eu não tenho mais nada... Nem família, nem saúde, nem esperança.
Mas quando passo pela frente desta porta, ainda ouço o chamado daquela que é a responsável pela minha desgraça...
Ela ainda me chama insistentemente...
Só mais um trago! Só hoje! Uma dose, apenas!
Ainda escuto suas sugestões em tom de zombaria: "você bebe socialmente, lembra-se?"
Sim, essa era a senha. Essa era a isca. Esse era o engodo.
E mais uma vez eu caía na armadilha dizendo comigo mesmo: "quando eu quiser, eu paro".
Isso é o que muita gente pensa, mas só pensa...
Eu comecei com um cálice, mas hoje a bebida me dominou por completo.
Hoje eu sou um trapo humano... E a bebida, bem, a bebida continua fazendo as suas vítimas.
Por isso é que eu lhes digo, senhores: esta porta é a porta mais larga do mundo! Ela tem enganado muita gente...
Por esta porta, que pode ser chamada de porta do vício, de aparência tão
estreita, pode passar tudo o que se tem de mais caro na vida.
Hoje eu sei dos malefícios do álcool, mas muita gente ainda não sabe.
Ou, se sabe, finge que não, para não admitir que está sob o jugo da
bebida.
E o que é pior, têm esse maldito veneno, destruidor de vidas, dentro do próprio lar, à disposição dos filhos.
Ah, se os senhores soubessem o inferno que é ter a vida destruída pelo
vício, certamente passariam longe dele e protegeriam sua família contra
suas ameaças.
Visivelmente amargurado, aquele homem se afastou, a passos lentos,
deixando a cada uma das pessoas que o ouviram, motivos de profundas
reflexões.
...................................
Você sabia que, segundo o Ministério da Saúde, no ano de 2001 foram
internados 84.467 brasileiros por transtornos mentais e comportamentais
devido ao uso do álcool, demandando um gasto de mais 60 milhões de
reais?
Ainda segundo o Ministério da Saúde, o álcool é a droga mais usada pelos jovens no Brasil.
Segundo pesquisa realizada em 14 capitais brasileiras em 2001, pela
UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e
Cultura), o consumo começa cedo: em média, aos 13 anos. E o pior é que o
álcool é a porta principal de acesso às demais drogas.
E você sabia que a influência da TV e do Cinema nos hábitos de crianças e
adolescentes foi recentemente comprovada por pesquisadores da Escola de
Medicina de Dartmouth, nos Estados Unidos?
Por todas essa razões, vale a pena orientar nosso filho para que não seja mais um a aumentar essas tristes estatísticas.
Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em história de autoria
desconhecida e em matéria publicada pela Folha de São Paulo em
24/03/2002, intitulada “Nunca se bebeu tanto na TV".
Post.169:
mensagens
A GENTE COLHE O QUE PLANTA
Paulo quase não viu a senhora, com o carro parado no acostamento.
Chovia forte e já era noite.
Percebeu que ela precisava de ajuda.
Assim, parou seu carro e se aproximou.
O carro dela era bem novo, e a senhora pensou que pudesse se tratar de um bandido.
Paulo percebeu que ela estava com muito medo e disse:
-“ Eu estou aqui para ajudá-la, senhora. Não se preocupe.
Meu nome é Paulo e eu vou trocar seu
pneu furado."
Paulo abaixou-se, colocou o macaco e levantou o carro.
Logo, ele já estava trocando o pneu.
Ficou um tanto sujo e machucou, um pouco, uma das mãos.
Enquanto Paulo apertava as porcas da roda, ela abriu a janela e começou a conversar com ele.
Contou que era de São Paulo e que só estava de passagem por ali, e que não sabia como agradecer pela preciosa ajuda.
Paulo apenas sorriu, enquanto se levantava.
Ao final, ela perguntou quanto lhe devia.
Tinha imaginado tudo de ruim que poderia ter acontecido, se Paulo não tivesse parado e ajudado.
Paulo não pensava em dinheiro, gostava de ajudar as pessoas. Era seu jeito, seu modo de viver.
E respondeu-lhe:
-“ Se quiser me pagar, da próxima vez que encontrar alguém que precise de ajuda, dê para esta pessoa a ajuda de que ela precisar, e lembre-se de mim”.
Alguns quilômetros depois, a senhora parou em um pequeno restaurante.
A garçonete trouxe-lhe uma toalha limpa para secar o cabelo molhado, e lhe dirigiu um sorriso.
A senhora notou que a garçonete estava quase no final da gravidez, e que isso não mudou seu bom humor.
Ficou surpresa com a gentileza de alguém que tinha tão pouco, tratar tão bem a um estranho.
Então, se lembrou do Paulo.
Depois que terminou a sua refeição, e enquanto a garçonete buscava troco, a senhora se retirou.
Quando a garçonete voltou, queria saber onde a senhora estava, quando notou algo escrito no guardanapo e, sob ele, 5 notas de R$ 100,00.
Lágrimas encheram seus olhos, quando leu o que a senhora escreveu.
Dizia:
- "Você não me deve nada, eu já tenho o bastante.
Alguém me ajudou hoje e, da mesma forma, estou ajudando vc".
Se quiser me reembolsar por este dinheiro, não deixe este círculo de amor terminar com você: ajude alguém.
Naquela noite, quando a garçonete foi para casa e deitou-se na cama, seu marido já estava dormindo.
Ela ficou pensando no dinheiro e no que a senhora deixou escrito.
Como pôde, aquela senhora, saber o quanto ela e o marido precisavam daquele dinheiro?
Ia ser gasto com coisas para o bebê que estava para nascer no próximo mês.
Ficou pensando na bênção que havia recebido.
Agradeceu a Deus.
Virou-se para o marido que dormia ao lado, deu-lhe um beijo e sussurrou:
- "Tudo ficará bem. Eu te amo, Paulo".
Pense nisso.
Se você quiser me pagar por esta mensagem, transmita-a aos seus amigos.
Não deixe o círculo do amor morrer com você.
A VIDA É ASSIM, UM ESPELHO. TUDO QUE VOCÊ TRANSMITE, VOLTA PARA VOCÊ.
Por: Pr. Cláudio Duarte
Texto simplesmente lindo, precisava dividir com vocês.
"...a morte não é nada.
Eu apenas passei para o outro lado:
É como se estivesse escondido no quarto ao lado.
Eu sou sempre eu, e tu és sempre tu.
O que éramos antes um para o outro ainda somos.
Liga-me com o nome que você sempre me deu, que te é familiar;
Fala-me da mesma forma carinhosa que tens usado sempre.
Não mude teu tom de voz, não assuma um ar solene ou triste.
Continua a rir daquilo que nos fazia rir,
Daquelas pequenas coisas que tanto gostávamos, quando estávamos juntos.
Reza, sorri, pensa em mim!
Que o meu nome seja sempre uma palavra familiar...
Diga-o sem o mínimo traço de sombra ou de tristeza.
A nossa vida conserva todo o significado que sempre teve:
É a mesma de antes, há uma continuidade que não se quebra.
Por que eu deveria estar fora dos teus pensamentos e da tua mente, apenas porque estou fora da tua vista?
Não estou longe, estou do outro lado, na mesma esquina.
Fica tranquilo, está tudo bem.
Vou levar o meu coração,
Daí acharás a ternura purificada.
Seca as tuas lágrimas e se me amas, não chores mais,
O teu sorriso é a minha paz"
(Henry Scott Holland)
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
terça-feira, 6 de setembro de 2016
Léon Denis
Post.144:
Léon Denis nasceu numa
aldeia chamada Foug, situada nos arredores de Tours, em França, a 1 de
Janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo conheceu, por necessidade,
os trabalhos manuais e os pesados encargos da família.
Não era seu hábito desperdiçar um minuto sequer de seu tempo, com
distracções frívolas, às quais a maior parte dos homens recorre para
matar as horas. Desde os seus primeiros passos neste mundo, sentiu que
os amigos invisíveis o auxiliavam. Ao invés de participar em
brincadeiras próprias da juventude, procurava instruir-se o mais
possível.
Lia obras sérias, conseguindo assim, com esforço próprio desenvolver a
sua inteligência. Tornou-se um autodidacta sério e competente. Aos 12
anos concluiu o curso primário, mas a situação modesta da sua família
não lhe permitiu grandes estudos. Desde cedo teve problemas de saúde
física: com os olhos principalmente. Aos 16 anos salientou-se como um
dos melhores oradores e ardente propagandista.
Aos 18 anos tornou-se representante comercial da empresa onde
trabalhava, facto que o obrigava a viagens constantes, situação que se
manteve até à sua reforma e manteve ainda depois por mais algum tempo.
Adorava a música e sempre que podia assistia a uma ópera ou concerto.
Gostava de dedilhar, ao piano, árias conhecidas e de tirar acordes para
seu próprio devaneio.
Não fumava, era quase exclusivamente vegetariano e não fazia uso de
bebidas fermentadas. Encontrava na água a sua bebida ideal.
Era seu hábito olhar, com interesse, para os livros expostos nas
livrarias. Um dia, aindacom 18 anos, o chamado acaso fez com que a sua
atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado. Esse livro
era “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec. Dispondo do dinheiro
necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar,
recolhendo-se imediatamente ao lar, entregou-se com avidez à leitura. O
próprio Denis disse: “Nele encontrei a solução clara, completa e lógica,
acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A
teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas”.
O seu espírito, nessa hora, sentiu-se sacudido em face dos compromissos
assumidos no Espaço, para iniciar, em breve, o trabalho de propagação
das verdades Kardecianas. “Como tantos outros” - disse ele - “procurava
provas, factos precisos, de modo a apoiar a minha fé, mas esses factos
demoraram muito a chegar. A princípio insignificantes, contraditórios,
mesclados de fraudes e mistificações, que não me satisfizeram, aponto
de, por vezes, pensar em não mais prosseguir as minhas investigações.
Mas, sustentado, como estava, por uma teoria sólida e de princípios
elevados, não desanimei. Parece que o invisível deseja experimentar-nos,
medir o nosso grau de perseverança, exigir certa maturidade de espírito
antes de entregar-nos aos seus segredos”.
Encontrava-se nos seus trabalhos de experimentações, quando importante
acontecimento se verificou na sua vida: Allan Kardec viera passar alguns
dias na pacata cidade de Tours, com seus amigos. Todos os espíritas
turenses foram convidados a recebê-lo e a saudá-lo.
As viagens eram para ele uma fonte de alegria e de aprendizado. Em
França e no estrangeiro aproveitava as oportunidades que poderiam
enriquecer materialmente o patrão sem desprezar tudo o que poderia
contribuir para o conhecimento próprio. Interessavam-lhe as praças, os
monumentos, o povo, os hábitos, os costumes e a meditação entre os
velhos caminhos das montanhas. Delicia-se com os bosques, com os rios e
os lagos. Estas longas horas de meditação solitária no seio da Natureza
conduziram-no a uma mais completa compreensão de Deus.
Em 1880, pelas cidades e vilas que percorria, por força dos seus
afazeres profissionais, pronunciava conferências e fundava círculos e
bibliotecas populares. É incalculável o número de conferências por ele
proferidas em França, no propósito de propagar a “Liga de Ensino”,
fundada por Jean Macé. Na Argélia, onde esteve várias vezes em serviço,
também desenvolveu uma intensa actividade de divulgação doutrinária. O
ano de 1882 marca, em realidade, o início do seu apostolado, durante o
qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o materialismo e o
positivismo que olham para o Espiritismo com ironia e risadas e os
crentes das demais correntes religiosas, que não hesitam em aliar-se aos
ateus, para o ridicularizar e enfraquecer. Léon Denis porém, como bom
paladino, enfrenta a tempestade. Os companheiros invisíveis colocam-se
ao seu lado para o encorajar e exortá-lo à luta.
“Coragem, amigo” - diz-lhe o espírito de Jeanne - “estaremos sempre
contigo para te sustentar e inspirar. Jamais estarás só. Meios ser-te-ão
dados, em tempo, para bem cumprires a tua obra”.
A 2 de Novembro de 1882, dia de Finados, um evento de capital
importância produziu-se na sua vida: a manifestação, pela primeira vez,
daquele Espírito que, durante meio século, havia de ser o seu guia, o
seu melhor amigo, o seu pai espiritual - Jerónimo de Praga - que lhe
disse: “Vai meu filho. Pela estrada aberta diante de ti. Caminharei
atrás de ti para te sustentar”. E como Léon Denis indagasse se o seu
estado de saúde o permitiria estar à altura da tarefa, recebeu esta
outra afirmativa:“Coragem, a recompensa será mais bela.”
A partir de 1884, achou conveniente fazer palestras visando à maior
difusão das ideias espíritas. Escreveu, em 1885, o trabalho “O Porquê da
Vida”, no qual explica, com nitidez e simplicidade, o que é o
espiritismo.
Em 1892, recebeu um convite da duquesa de Pomar, para falar de
espiritismo na sua residência, numa dessas manhãs célebres, em que se
reunia quase toda a Paris. Ele ficou indeciso e temeroso. Depois de
muito meditar as responsabilidades, aceitou o convite. “Le Journal” de
Paris publicou, acerca da reunião na casa da duquesa, a seguinte
notícia: “A reunião de ontem, para ouvir a conferência de Léon Denis
sobre a Doutrina Espírita, foi uma das mais elegantes. De uma eloquência
muito literária, o orador soube encantar o numeroso auditório,
falando-lhe do destino da alma, que pode, diz ele, reencarnar até à sua
perfeita depuração. Ele possui a alma de um Bossuet e soube criar um
entusiasmo espiritualista”.
O êxito do seu livro “Depois da Morte” situara-o como escritor de
primeira ordem. Os grandes jornais e revistas eclécticas solicitavam-no e
as tiragens sucessivas desse livro esgotavam-se rapidamente.
A principal obra literária de Denis foi a concernente ao Espiritismo,
mas escreveu, outrossim, segundo o testemunho de Henri Sausse, várias
outras, como: Tunísia, Progresso, Ilha de Sardenha, etc., certamente
fruto das suas memórias de viagem. A partir de 1910, a visão de Léon
Denis foi, dia a dia, enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois
anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava, com
calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a
juventude. Aceitava tudo com estoicismo e resignação. Jamais o viram
queixarse.
Todavia, bem podemos avaliar quão grande devia ser o seu sofrimento.
Mantinha volumosa correspondência. jamais se aborrecia. Amava a
juventude, possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza.
O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que
experimentava pelo facto de não mais poder manejar a pena. Secretárias
ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade
para Denis, consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus
livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à
sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem
molestar ou importunar os amigos.
Depois da morte da sua genitora, uma empregada cuidava da sua pequena
habitação. Ele só exigia uma coisa: o absoluto respeito às suas
numerosas notas manuscritas, as quais ele arrumava com meticulosa
precaução. E foi justamente por causa dessa sua velha mania que a
duquesa de Pomar o denominara “o homem dos pequenos papéis”.
Em 1911, após despender não pequeno esforço, no preparo da nova edição
d’ “O Problema do Ser, do destino e da Dor”, ficou gravemente doente com
uma pneumonia; foi o tratamento atempado do seu médico que, num curto
espaço de tempo, o colocou de novo em pé.
Contudo uma grande e profunda dor lhe estava reservada: veio a Guerra de
1914-18 e o seu espírito condoía-se ao ver partir para a frente de
batalha a maioria dos seus amigos.
Léon padecia, então, de uma doença intestinal e estava parcialmente
cego. Pela incorporação, os seus amigos do Espaço e, entre eles, um
Espírito eminente, comunicavam-lhe, de tempos em tempos, as suas
opiniões sobre essa terrível guerra,considerada nos seus dois aspectos: o
visível e o oculto.
Estas comunicações levaram-no a escrever um certo número de artigos,
publicados na “Revue Spirite”, na “Revue Suisse des Sciences Psychiques”
e no “Echo Fid”, onde transparece, dentro da lei de causa e efeito, o
seu grande amor pela terra onde nasceu.
Quando a Guerra se aproximava do fim, a “Revue Spirite” passou a
publicar, em todos os seus números, artigos de Léon Denis.
Após a 1ª Grande Guerra, aprendeu braille, o que lhe permitiu fixar no
papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito,
pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.
Em 1915 iniciava ele uma nova série de artigos, repassados de poesia
profunda e serena, sobre a voz das coisas, preconizando o retorno à
Natureza. Nesta época, um forte vento soprava contra o Kardecismo. O
fenomenismo metapsiquista espalhava aos quatro ventos a doutrina do
filósofo puro. P. Heuzé fazia muito barulho através do “L’ Opinion”, com
as suas entrevistas e comentários tendenciosos. Afirmava,
prematuramente, que, à medida que a metapsíquica fosse avançando, o
Espiritismo iria, a par e passo, perdendo terreno. A sua profecia, no
entanto, ainda não se realizou.
Após a vigorosa resposta de Jean Meyer na “Revue Spirite”, Léon Denis
por sua vez, entrou na discussão, na qualidade de presidente de honra da
União Espírita Francesa, numa carta endereçada ao “Matin”, na qual
estabelecia, com admirável nitidez, a diferença entre Espiritismo e
Metapsiquismo.
A partir desse momento, Léon Denis teve que exercer grande actividade
jornalística para responder às críticas e ataques de altos membros da
Igreja Católica, saindo-se, como era de esperar, de maneira brilhante.
Em Março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que
intitulou de “O Génio Céltico e o Mundo Invisível”. Neste mesmo mês a
“Revue Spirite” publicava o seu derradeiro artigo.
Terça-feira, 12 de Abril de 1927 pelas 13 horas, respirava Denis com
grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia
abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas
palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar da muita
dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: “É preciso
terminar, resumir e... concluir”. Fazia alusão ao prefácio da nova
edição biográfica de Kardec. Neste preciso momento, faltaram-lhe
completamente as forças, para que pudesse articular outras palavras. Às
21horas o seu espírito alou-se. O seu semblante parecia ainda em êxtase.
As cerimônias fúnebres realizaram-se a 16 de Abril. A seu pedido, o
enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Está
sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.
Abaixo, alguns livros de Léon Denis:
· Cristianismo e Espiritismo (Ed. FEB)
· Depois da Morte (Ed. FEB)
· Espíritos e Médiuns (Ed. CELD)
· Joana D’Arc, Médium (Ed. FEB)
· O Além e a Sobrevivência do Ser (Ed. FEB)
· O Espiritismo na Arte (Ed. FEB)
· O Porquê da Vida (Ed. FEB)
· O Problema do Ser, do Destino e da Dor (Ed. FEB)
· Socialismo e Espiritismo (Ed. “O Clarim”)
Texto de José Basílio, baseado no livro “Páginas de Léon Denis” de
Sylvio Brito Soares
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LÉON DENIS
Léon Denis nasceu numa aldeia chamada Foug, situada nos arredores de
Tours, em França, a 1 de Janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo
conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos da
família.
Não era seu hábito desperdiçar um minuto sequer de seu tempo, com
distracções frívolas, às quais a maior parte dos homens recorre para
matar as horas. Desde os seus primeiros passos neste mundo, sentiu que
os amigos invisíveis o auxiliavam. Ao invés de participar em
brincadeiras próprias da juventude, procurava instruir-se o mais
possível.
Lia obras sérias, conseguindo assim, com esforço próprio desenvolver a
sua inteligência. Tornou-se um autodidacta sério e competente. Aos 12
anos concluiu o curso primário, mas a situação modesta da sua família
não lhe permitiu grandes estudos. Desde cedo teve problemas de saúde
física: com os olhos principalmente. Aos 16 anos salientou-se como um
dos melhores oradores e ardente propagandista.
Aos 18 anos tornou-se representante comercial da empresa onde
trabalhava, facto que o obrigava a viagens constantes, situação que se
manteve até à sua reforma e manteve ainda depois por mais algum tempo.
Adorava a música e sempre que podia assistia a uma ópera ou concerto.
Gostava de dedilhar, ao piano, árias conhecidas e de tirar acordes para
seu próprio devaneio.
Não fumava, era quase exclusivamente vegetariano e não fazia uso de
bebidas fermentadas. Encontrava na água a sua bebida ideal.
Era seu hábito olhar, com interesse, para os livros expostos nas
livrarias. Um dia, aindacom 18 anos, o chamado acaso fez com que a sua
atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado. Esse livro
era “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec. Dispondo do dinheiro
necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar,
recolhendo-se imediatamente ao lar, entregou-se com avidez à leitura. O
próprio Denis disse: “Nele encontrei a solução clara, completa e lógica,
acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A
teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas”.
O seu espírito, nessa hora, sentiu-se sacudido em face dos compromissos
assumidos no Espaço, para iniciar, em breve, o trabalho de propagação
das verdades Kardecianas. “Como tantos outros” - disse ele - “procurava
provas, factos precisos, de modo a apoiar a minha fé, mas esses factos
demoraram muito a chegar. A princípio insignificantes, contraditórios,
mesclados de fraudes e mistificações, que não me satisfizeram, aponto
de, por vezes, pensar em não mais prosseguir as minhas investigações.
Mas, sustentado, como estava, por uma teoria sólida e de princípios
elevados, não desanimei. Parece que o invisível deseja experimentar-nos,
medir o nosso grau de perseverança, exigir certa maturidade de espírito
antes de entregar-nos aos seus segredos”.
Encontrava-se nos seus trabalhos de experimentações, quando importante
acontecimento se verificou na sua vida: Allan Kardec viera passar alguns
dias na pacata cidade de Tours, com seus amigos. Todos os espíritas
turenses foram convidados a recebê-lo e a saudá-lo.
As viagens eram para ele uma fonte de alegria e de aprendizado. Em
França e no estrangeiro aproveitava as oportunidades que poderiam
enriquecer materialmente o patrão sem desprezar tudo o que poderia
contribuir para o conhecimento próprio. Interessavam-lhe as praças, os
monumentos, o povo, os hábitos, os costumes e a meditação entre os
velhos caminhos das montanhas. Delicia-se com os bosques, com os rios e
os lagos. Estas longas horas de meditação solitária no seio da Natureza
conduziram-no a uma mais completa compreensão de Deus.
Em 1880, pelas cidades e vilas que percorria, por força dos seus
afazeres profissionais, pronunciava conferências e fundava círculos e
bibliotecas populares. É incalculável o número de conferências por ele
proferidas em França, no propósito de propagar a “Liga de Ensino”,
fundada por Jean Macé. Na Argélia, onde esteve várias vezes em serviço,
também desenvolveu uma intensa actividade de divulgação doutrinária. O
ano de 1882 marca, em realidade, o início do seu apostolado, durante o
qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o materialismo e o
positivismo que olham para o Espiritismo com ironia e risadas e os
crentes das demais correntes religiosas, que não hesitam em aliar-se aos
ateus, para o ridicularizar e enfraquecer. Léon Denis porém, como bom
paladino, enfrenta a tempestade. Os companheiros invisíveis colocam-se
ao seu lado para o encorajar e exortá-lo à luta.
“Coragem, amigo” - diz-lhe o espírito de Jeanne - “estaremos sempre
contigo para te sustentar e inspirar. Jamais estarás só. Meios ser-te-ão
dados, em tempo, para bem cumprires a tua obra”.
A 2 de Novembro de 1882, dia de Finados, um evento de capital
importância produziu-se na sua vida: a manifestação, pela primeira vez,
daquele Espírito que, durante meio século, havia de ser o seu guia, o
seu melhor amigo, o seu pai espiritual - Jerónimo de Praga - que lhe
disse: “Vai meu filho. Pela estrada aberta diante de ti. Caminharei
atrás de ti para te sustentar”. E como Léon Denis indagasse se o seu
estado de saúde o permitiria estar à altura da tarefa, recebeu esta
outra afirmativa:“Coragem, a recompensa será mais bela.”
A partir de 1884, achou conveniente fazer palestras visando à maior
difusão das ideias espíritas. Escreveu, em 1885, o trabalho “O Porquê da
Vida”, no qual explica, com nitidez e simplicidade, o que é o
espiritismo.
Em 1892, recebeu um convite da duquesa de Pomar, para falar de
espiritismo na sua residência, numa dessas manhãs célebres, em que se
reunia quase toda a Paris. Ele ficou indeciso e temeroso. Depois de
muito meditar as responsabilidades, aceitou o convite. “Le Journal” de
Paris publicou, acerca da reunião na casa da duquesa, a seguinte
notícia: “A reunião de ontem, para ouvir a conferência de Léon Denis
sobre a Doutrina Espírita, foi uma das mais elegantes. De uma eloquência
muito literária, o orador soube encantar o numeroso auditório,
falando-lhe do destino da alma, que pode, diz ele, reencarnar até à sua
perfeita depuração. Ele possui a alma de um Bossuet e soube criar um
entusiasmo espiritualista”.
O êxito do seu livro “Depois da Morte” situara-o como escritor de
primeira ordem. Os grandes jornais e revistas eclécticas solicitavam-no e
as tiragens sucessivas desse livro esgotavam-se rapidamente.
A principal obra literária de Denis foi a concernente ao Espiritismo,
mas escreveu, outrossim, segundo o testemunho de Henri Sausse, várias
outras, como: Tunísia, Progresso, Ilha de Sardenha, etc., certamente
fruto das suas memórias de viagem. A partir de 1910, a visão de Léon
Denis foi, dia a dia, enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois
anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava, com
calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a
juventude. Aceitava tudo com estoicismo e resignação. Jamais o viram
queixarse.
Todavia, bem podemos avaliar quão grande devia ser o seu sofrimento.
Mantinha volumosa correspondência. jamais se aborrecia. Amava a
juventude, possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza.
O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que
experimentava pelo facto de não mais poder manejar a pena. Secretárias
ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade
para Denis, consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus
livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à
sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem
molestar ou importunar os amigos.
Depois da morte da sua genitora, uma empregada cuidava da sua pequena
habitação. Ele só exigia uma coisa: o absoluto respeito às suas
numerosas notas manuscritas, as quais ele arrumava com meticulosa
precaução. E foi justamente por causa dessa sua velha mania que a
duquesa de Pomar o denominara “o homem dos pequenos papéis”.
Em 1911, após despender não pequeno esforço, no preparo da nova edição
d’ “O Problema do Ser, do destino e da Dor”, ficou gravemente doente com
uma pneumonia; foi o tratamento atempado do seu médico que, num curto
espaço de tempo, o colocou de novo em pé.
Contudo uma grande e profunda dor lhe estava reservada: veio a Guerra de
1914-18 e o seu espírito condoía-se ao ver partir para a frente de
batalha a maioria dos seus amigos.
Léon padecia, então, de uma doença intestinal e estava parcialmente
cego. Pela incorporação, os seus amigos do Espaço e, entre eles, um
Espírito eminente, comunicavam-lhe, de tempos em tempos, as suas
opiniões sobre essa terrível guerra,considerada nos seus dois aspectos: o
visível e o oculto.
Estas comunicações levaram-no a escrever um certo número de artigos,
publicados na “Revue Spirite”, na “Revue Suisse des Sciences Psychiques”
e no “Echo Fid”, onde transparece, dentro da lei de causa e efeito, o
seu grande amor pela terra onde nasceu.
Quando a Guerra se aproximava do fim, a “Revue Spirite” passou a
publicar, em todos os seus números, artigos de Léon Denis.
Após a 1ª Grande Guerra, aprendeu braille, o que lhe permitiu fixar no
papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito,
pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.
Em 1915 iniciava ele uma nova série de artigos, repassados de poesia
profunda e serena, sobre a voz das coisas, preconizando o retorno à
Natureza. Nesta época, um forte vento soprava contra o Kardecismo. O
fenomenismo metapsiquista espalhava aos quatro ventos a doutrina do
filósofo puro. P. Heuzé fazia muito barulho através do “L’ Opinion”, com
as suas entrevistas e comentários tendenciosos. Afirmava,
prematuramente, que, à medida que a metapsíquica fosse avançando, o
Espiritismo iria, a par e passo, perdendo terreno. A sua profecia, no
entanto, ainda não se realizou.
Após a vigorosa resposta de Jean Meyer na “Revue Spirite”, Léon Denis
por sua vez, entrou na discussão, na qualidade de presidente de honra da
União Espírita Francesa, numa carta endereçada ao “Matin”, na qual
estabelecia, com admirável nitidez, a diferença entre Espiritismo e
Metapsiquismo.
A partir desse momento, Léon Denis teve que exercer grande actividade
jornalística para responder às críticas e ataques de altos membros da
Igreja Católica, saindo-se, como era de esperar, de maneira brilhante.
Em Março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que
intitulou de “O Génio Céltico e o Mundo Invisível”. Neste mesmo mês a
“Revue Spirite” publicava o seu derradeiro artigo.
Terça-feira, 12 de Abril de 1927 pelas 13 horas, respirava Denis com
grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia
abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas
palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar da muita
dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: “É preciso
terminar, resumir e... concluir”. Fazia alusão ao prefácio da nova
edição biográfica de Kardec. Neste preciso momento, faltaram-lhe
completamente as forças, para que pudesse articular outras palavras. Às
21horas o seu espírito alou-se. O seu semblante parecia ainda em êxtase.
As cerimônias fúnebres realizaram-se a 16 de Abril. A seu pedido, o
enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Está
sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.
Abaixo, alguns livros de Léon Denis:
· Cristianismo e Espiritismo (Ed. FEB)
· Depois da Morte (Ed. FEB)
· Espíritos e Médiuns (Ed. CELD)
· Joana D’Arc, Médium (Ed. FEB)
· O Além e a Sobrevivência do Ser (Ed. FEB)
· O Espiritismo na Arte (Ed. FEB)
· O Porquê da Vida (Ed. FEB)
· O Problema do Ser, do Destino e da Dor (Ed. FEB)
· Socialismo e Espiritismo (Ed. “O Clarim”)
Texto de José Basílio, baseado no livro “Páginas de Léon Denis” de
Sylvio Brito Soares
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Léon Denis
Léon
Denis (lê-se: dení)
nasceu numa aldeia chamada Foug, situada
nos arredores de Tours, na França, em 1º
de janeiro de 1846, numa família
humilde. Cedo conheceu, por necessidade,
os trabalhos manuais e os pesados
encargos da família. Desde os seus
primeiros passos neste mundo, sentiu que
os amigos invisíveis o auxiliavam. No
lugar de participar em brincadeiras
próprias da juventude, procurava
instruir-se o mais possível. Lia obras
sérias, conseguindo assim, com esforço
próprio, desenvolver sua inteligência.
Tornou-se um autodidata sério e
competente.
Aos
18 anos, tornou-se representante
comercial da empresa onde trabalhava,
fato que o obrigava a viagens
constantes, situação que se manteve até
à sua reforma e manteve ainda depois por
mais algum tempo. Adorava a música e
sempre que podia assistia a uma ópera ou
concerto. Gostava de dedilhar, ao piano,
árias conhecidas e de tirar acordes para
seu próprio devaneio. Não fumava, era
quase exclusivamente vegetariano e não
fazia uso de bebidas fermentadas.
Encontrava na água a sua bebida ideal.
Era
seu hábito olhar, com interesse, para os
livros expostos nas livrarias. Um dia,
ainda com 18 anos, o chamado acaso fez
com que a sua atenção fosse despertada
para uma obra de título inusitado. Esse
livro era O
Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.
Dispondo do dinheiro necessário,
comprou-o e, recolhendo-se imediatamente
ao lar, entregou-se com avidez à
leitura. O próprio Denis disse:
Nele encontrei a solução clara, completa
e lógica, acerca do problema universal.
A minha convicção tornou-se firme. A
teoria espírita dissipou a minha
indiferença e as minhas dúvidas.
O
ano de 1882 marca, em realidade, o
início do seu apostolado, durante o qual
teve de enfrentar sucessivos obstáculos:
o materialismo e o positivismo que olham
para o Espiritismo com ironia e risadas
e os crentes das demais correntes
religiosas, que não hesitam em aliar-se
aos ateus, para o ridicularizar e
enfraquecer. Léon Denis, porém, como bom
paladino, enfrenta a tempestade. Os
companheiros invisíveis colocam-se ao
seu lado para o encorajar e exortá-lo à
luta. Coragem,
amigo − diz-lhe
o Espírito de Jeanne − estaremos
sempre contigo para te sustentar e
inspirar. Jamais estarás só. Meios
ser-te-ão dados, em tempo, para bem
cumprires a tua obra.
A 2
de novembro, de 1882, dia de Finados, um
evento de capital importância
produziu-se na sua vida: a manifestação,
pela primeira vez, daquele Espírito que,
durante meio século, havia de ser o seu
guia, o seu melhor amigo, o seu pai
espiritual − Jerônimo
de Praga −,
que lhe disse: Vai,
meu filho, pela estrada aberta diante de
ti. Caminharei atrás de ti para te
sustentar.
A
partir de 1910, a visão de Léon Denis
foi, dia após dia, enfraquecendo. A
operação a que se submetera, dois anos
antes, não lhe proporcionara nenhuma
melhora, mas suportava, com calma e
resignação, a marcha implacável desse
mal que o castigava desde a juventude.
Aceitava tudo com estoicismo e
resignação. Jamais o viram queixar-se.
Todavia, é possível supor quão grande
devia ser o seu sofrimento. Apesar
disso, mantinha volumosa
correspondência. Jamais se aborrecia;
amava a juventude e possuía a alegria da
alma. Era inimigo da tristeza. O mal
físico, para ele, devia ser bem menor do
que a angústia que experimentava pelo
fato de não mais poder manejar a pena.
Secretárias ocasionais substituíam-no
nesse ofício. No entanto, a grande
dificuldade para Denis, consistia em
rever e corrigir as novas edições dos
seus livros e dos seus escritos. Graças,
porém, ao seu espírito de ordem e à sua
incomparável memória, superava todos
esses contratempos, sem molestar ou
importunar os amigos.
Após
a I Grande Guerra, aprendeu braille,
o que lhe permitiu fixar no papel os
elementos de capítulos ou artigos que
lhe vinham ao Espírito, pois, nesta
época da sua vida, estava, por assim
dizer, quase cego.
Em
março de 1927, com 81 anos de idade,
terminara o manuscrito que intitulou de O
Gênio Céltico e o Mundo Invisível.
Neste mesmo mês, a Revue
Spirite publicava
o seu derradeiro artigo.
Terça-feira, 12 de março, de 1927, pelas
13 horas, respirava Denis com grande
dificuldade. A pneumonia atacava-o
novamente. A vida parecia abandoná-lo,
mas o seu estado de lucidez era
perfeito. As suas últimas palavras,
pronunciadas com extraordinária calma,
apesar da muita dificuldade, foram
dirigidas à sua empregada Georgette: É
preciso terminar, resumir e... concluir.
Fazia alusão ao prefácio da nova edição
biográfica de Kardec. Neste preciso
momento, faltaram-lhe completamente as
forças, para que pudesse articular
outras palavras. Às 21h o seu Espírito
alou-se. O seu semblante parecia ainda
em êxtase.
As
cerimônias fúnebres realizaram-se a 16
de abril. A seu pedido, o enterro foi
modesto e sem o ofício de qualquer
Igreja confessional. Está sepultado no
cemitério de La Salle, em Tours.
Dentre os grandes apóstolos do
Espiritismo, a figura exponencial de
Léon Denis merece referência toda
especial, principalmente em vista de ter
sido o continuador lógico da obra de
Allan Kardec. É possível afiançar mesmo
que constitui tarefa sumamente difícil
tentar biografar essa grande vida, dada
a magnitude de sua missão terrena, na
qual muito há para salientar: a sua
personalidade contagiante, o bom senso
de que era dotado, a operosidade no
trabalho, a dedicação ímpar aos seus
semelhantes e o depurado amor que
devotava aos ideais que esposava.
Léon
Denis foi o consolidador do Espiritismo.
Não foi apenas o substituto e
continuador de Allan Kardec, como
geralmente se pensa. Denis tinha uma
missão quase tão grandiosa quanto à do
Codificador. Cabia-lhe desenvolver os
estudos doutrinários, dar continuidade
às pesquisas mediúnicas, impulsionar o
movimento espírita na França e no Mundo,
aprofundar o aspecto moral da Doutrina
e, sobretudo, consolidá-la nas primeiras
décadas do século. Nessa nova Bíblia (o
Espiritismo), o papel de Kardec é o de
sábio e o papel de Denis é o de
filósofo. Léon Denis foi cognominado o Apóstolo
do Espiritismo pela
magnífica atuação desenvolvida, pela
palavra escrita e falada, em favor da
nova Doutrina. Ainda, foi o seu
consolidador e, por isso, conhecido como o
filósofo do Espiritismo. De
acentuadas qualidades morais, dedicou
toda uma longa vida à defesa dos
postulados que Kardec transmitira nos
livros do pentateuco espírita. O aspecto
moral (religioso) da Doutrina, os
princípios superiores da Vida, a
instrução, a família mereceram dele
cuidados extremos e, por isso mesmo, sua
vida de provações. Seu exemplo de
trabalho, perseverança e fé é um roteiro
de luz para os espíritas, e mais, para
os homens de bem de todos os tempos. Em
palavras de confiança e fé, ele mesmo
resumiu assim a missão que viera
desempenhar em favor de uma nobre causa: Consagrei
esta existência ao serviço de uma grande
causa, o Espiritismo ou Espiritualismo
moderno, que será certamente a crença
universal, a religião do futuro.
A
sua bibliografia é bastante vasta e
composta de obras monumentais que
enriquecem as bibliotecas espíritas.
Deve-se a ele a oportunidade ímpar que
os espíritas tiveram de ver ampliados
novos ângulos do aspecto filosófico da
Doutrina Espírita, pois as suas obras de
um modo geral focalizam numerosos
problemas que assolam os homens e também
a sempre momentosa questão da
sobrevivência da alma humana em seu
laborioso processo evolutivo. Léon Denis
imortalizou-se na gigantesca tarefa de
dissecar problemas atinentes às aflições
que acometem os seres encarnados,
fornecendo valiosos subsídios no sentido
de lançar novas luzes sobre a
problemática das tribulações terrenas,
deixou de lado os conceitos até então
prevalecentes para apresentá-la
aureolada de ensinamentos altamente
consoladores, hauridos nas fontes
inesgotáveis da Doutrina dos Espíritos.
Dedicando-se ao estudo aprofundado do
Espiritismo, em seu tríplice aspecto de
ciência, filosofia e religião,
demorou-se com maior persistência na
abordagem do seu aspecto filosófico.
Concomitantemente com os seus profundos
estudos nesse campo, também deu a sua
contribuição valiosa na abordagem e no
estudo de assuntos históricos,
fornecendo importantes subsídios no
sentido de esclarecer as origens celtas
da França e no tocante ao dramático
episódio do martírio de Joana D'Arc, a
grande médium francesa. Seus estudos não
pararam aí; ele preocupou-se
sobremaneira com as origens do
Cristianismo e o seu processo evolutivo
através dos tempos.
Dentre as suas múltiplas ocupações, foi
presidente de honra da União Espírita
Francesa, membro honorário da Federação
Espírita Internacional, presidente do Congresso
Espírita Internacional, realizado em
Paris, no ano de 1925. Teve também a
oportunidade de dirigir, durante longos
anos, um grupo experimental de
Espiritismo, na cidade francesa de Tours.
A
sua atuação no seio do Espiritismo foi
bastante diversa daquela desenvolvida
por Allan Kardec. Enquanto o Codificador
exerceu suas nobilitantes atividades na
própria capital francesa, Léon Denis
desempenhou a sua dignificante tarefa na
província. A sua inusitada capacidade
intelectual e o descortino que tinha das
coisas transcendentais, fizeram com que
o movimento espírita francês, e mesmo
mundial, gravitasse em torno da cidade
de Tours. Após a desencarnação de Allan
Kardec, essa cidade tornou-se o ponto de
convergência de todos os que desejavam
tomar contato com o Espiritismo,
recebendo as luzes do conhecimento,
pois, inegavelmente, a plêiade de
Espíritos que tinha por incumbência o
êxito de processo de revelação do
Espiritismo, levou ao grande apóstolo
toda a sustentação necessária a fim de
que a nova doutrina se firmasse de forma
ampla e irrestrita.
Enquanto Kardec se destacou como uma
personalidade de formação universitária,
que firmou seu nome nas letras e nas
ciências, antes de se dedicar às
pesquisas espíritas e codificar o
Espiritismo, Léon Denis foi um
autodidata que se preparou em silêncio,
na obscuridade e na pobreza material,
para surgir subitamente no cenário
intelectual e impor-se como
conferencista e escritor de renome,
tornando-se figura exponencial no campo
da divulgação doutrinária do
Espiritismo. Denis possuía uma
inteligência robusta, era um Espírito
ilustre, grande orador e escritor,
desfrutando de apreciável grau de
intuição. Referindo-se a ele, escreveu o
seu contemporâneo Gabriel Gobron: Ele
conheceu verdadeiros triunfos e aqueles
que tiveram a rara felicidade de ouvi-lo
falar a uma assistência de duas ou três
mil pessoas, sabem perfeitamente quão
encantadora e convincente era a sua
oratória.
Denis jamais cursou uma academia
oficial, entretanto, formou-se na escola
prática da vida, na qual a dor própria e
alheia, o trabalho mal retribuído, as
privações heroicas ensinam a verdadeira
sabedoria, por isso dizia sempre: Os
que não conhecem dessas lições, ignoram
sempre um dos mais comovedores lados da
vida. Com
o concurso de sua inteligência invulgar
furtar-se-ia à pobreza, mas ele preferiu
viver nela, pois em sua opinião era
difícil acumular egoisticamente para si,
aquilo que ele recebia para repartir com
os seus semelhantes.
Com
idade bastante avançada, cego e com uma
constituição física relativamente fraca,
vivia ainda cheio de tribulações. Nada
disso, entretanto, mudava o seu modo de
proceder. Apesar de todas essas
condições adversas, todos, ele recebia
obsequiosamente. Desde as primeiras
horas da manhã ditava volumosa
correspondência, respondendo aos apelos
das inúmeras sociedades que fundara ou
de que era presidente honorário. Onde
quer que comparecesse, ali davam-lhe
sempre o lugar de maior destaque, lugar
conquistado a preço de profunda
dedicação, perseverança e incansável
operosidade no bem.
LÉON DENIS
Léon Denis nasceu numa aldeia chamada Foug, situada nos arredores de
Tours, em França, a 1 de Janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo
conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos da
família.
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LÉON DENIS
Léon Denis nasceu numa aldeia chamada Foug, situada nos arredores de
Tours, em França, a 1 de Janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo
conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos da
família.
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LÉON DENIS
Léon Denis nasceu numa aldeia chamada Foug, situada nos arredores de
Tours, em França, a 1 de Janeiro de 1846, numa família humilde. Cedo
conheceu, por necessidade, os trabalhos manuais e os pesados encargos da
família.
Não era seu hábito desperdiçar um minuto sequer de seu tempo, com
distracções frívolas, às quais a maior parte dos homens recorre para
matar as horas. Desde os seus primeiros passos neste mundo, sentiu que
os amigos invisíveis o auxiliavam. Ao invés de participar em
brincadeiras próprias da juventude, procurava instruir-se o mais
possível.
Lia obras sérias, conseguindo assim, com esforço próprio desenvolver a
sua inteligência. Tornou-se um autodidacta sério e competente. Aos 12
anos concluiu o curso primário, mas a situação modesta da sua família
não lhe permitiu grandes estudos. Desde cedo teve problemas de saúde
física: com os olhos principalmente. Aos 16 anos salientou-se como um
dos melhores oradores e ardente propagandista.
Aos 18 anos tornou-se representante comercial da empresa onde
trabalhava, facto que o obrigava a viagens constantes, situação que se
manteve até à sua reforma e manteve ainda depois por mais algum tempo.
Adorava a música e sempre que podia assistia a uma ópera ou concerto.
Gostava de dedilhar, ao piano, árias conhecidas e de tirar acordes para
seu próprio devaneio.
Não fumava, era quase exclusivamente vegetariano e não fazia uso de
bebidas fermentadas. Encontrava na água a sua bebida ideal.
Era seu hábito olhar, com interesse, para os livros expostos nas
livrarias. Um dia, aindacom 18 anos, o chamado acaso fez com que a sua
atenção fosse despertada para uma obra de título inusitado. Esse livro
era “O Livro dos Espíritos” de Allan Kardec. Dispondo do dinheiro
necessário, comprou-o e, recolhendo-se imediatamente ao lar,
recolhendo-se imediatamente ao lar, entregou-se com avidez à leitura. O
próprio Denis disse: “Nele encontrei a solução clara, completa e lógica,
acerca do problema universal. A minha convicção tornou-se firme. A
teoria espírita dissipou a minha indiferença e as minhas dúvidas”.
O seu espírito, nessa hora, sentiu-se sacudido em face dos compromissos
assumidos no Espaço, para iniciar, em breve, o trabalho de propagação
das verdades Kardecianas. “Como tantos outros” - disse ele - “procurava
provas, factos precisos, de modo a apoiar a minha fé, mas esses factos
demoraram muito a chegar. A princípio insignificantes, contraditórios,
mesclados de fraudes e mistificações, que não me satisfizeram, aponto
de, por vezes, pensar em não mais prosseguir as minhas investigações.
Mas, sustentado, como estava, por uma teoria sólida e de princípios
elevados, não desanimei. Parece que o invisível deseja experimentar-nos,
medir o nosso grau de perseverança, exigir certa maturidade de espírito
antes de entregar-nos aos seus segredos”.
Encontrava-se nos seus trabalhos de experimentações, quando importante
acontecimento se verificou na sua vida: Allan Kardec viera passar alguns
dias na pacata cidade de Tours, com seus amigos. Todos os espíritas
turenses foram convidados a recebê-lo e a saudá-lo.
As viagens eram para ele uma fonte de alegria e de aprendizado. Em
França e no estrangeiro aproveitava as oportunidades que poderiam
enriquecer materialmente o patrão sem desprezar tudo o que poderia
contribuir para o conhecimento próprio. Interessavam-lhe as praças, os
monumentos, o povo, os hábitos, os costumes e a meditação entre os
velhos caminhos das montanhas. Delicia-se com os bosques, com os rios e
os lagos. Estas longas horas de meditação solitária no seio da Natureza
conduziram-no a uma mais completa compreensão de Deus.
Em 1880, pelas cidades e vilas que percorria, por força dos seus
afazeres profissionais, pronunciava conferências e fundava círculos e
bibliotecas populares. É incalculável o número de conferências por ele
proferidas em França, no propósito de propagar a “Liga de Ensino”,
fundada por Jean Macé. Na Argélia, onde esteve várias vezes em serviço,
também desenvolveu uma intensa actividade de divulgação doutrinária. O
ano de 1882 marca, em realidade, o início do seu apostolado, durante o
qual teve que enfrentar sucessivos obstáculos: o materialismo e o
positivismo que olham para o Espiritismo com ironia e risadas e os
crentes das demais correntes religiosas, que não hesitam em aliar-se aos
ateus, para o ridicularizar e enfraquecer. Léon Denis porém, como bom
paladino, enfrenta a tempestade. Os companheiros invisíveis colocam-se
ao seu lado para o encorajar e exortá-lo à luta.
“Coragem, amigo” - diz-lhe o espírito de Jeanne - “estaremos sempre
contigo para te sustentar e inspirar. Jamais estarás só. Meios ser-te-ão
dados, em tempo, para bem cumprires a tua obra”.
A 2 de Novembro de 1882, dia de Finados, um evento de capital
importância produziu-se na sua vida: a manifestação, pela primeira vez,
daquele Espírito que, durante meio século, havia de ser o seu guia, o
seu melhor amigo, o seu pai espiritual - Jerónimo de Praga - que lhe
disse: “Vai meu filho. Pela estrada aberta diante de ti. Caminharei
atrás de ti para te sustentar”. E como Léon Denis indagasse se o seu
estado de saúde o permitiria estar à altura da tarefa, recebeu esta
outra afirmativa:“Coragem, a recompensa será mais bela.”
A partir de 1884, achou conveniente fazer palestras visando à maior
difusão das ideias espíritas. Escreveu, em 1885, o trabalho “O Porquê da
Vida”, no qual explica, com nitidez e simplicidade, o que é o
espiritismo.
Em 1892, recebeu um convite da duquesa de Pomar, para falar de
espiritismo na sua residência, numa dessas manhãs célebres, em que se
reunia quase toda a Paris. Ele ficou indeciso e temeroso. Depois de
muito meditar as responsabilidades, aceitou o convite. “Le Journal” de
Paris publicou, acerca da reunião na casa da duquesa, a seguinte
notícia: “A reunião de ontem, para ouvir a conferência de Léon Denis
sobre a Doutrina Espírita, foi uma das mais elegantes. De uma eloquência
muito literária, o orador soube encantar o numeroso auditório,
falando-lhe do destino da alma, que pode, diz ele, reencarnar até à sua
perfeita depuração. Ele possui a alma de um Bossuet e soube criar um
entusiasmo espiritualista”.
O êxito do seu livro “Depois da Morte” situara-o como escritor de
primeira ordem. Os grandes jornais e revistas eclécticas solicitavam-no e
as tiragens sucessivas desse livro esgotavam-se rapidamente.
A principal obra literária de Denis foi a concernente ao Espiritismo,
mas escreveu, outrossim, segundo o testemunho de Henri Sausse, várias
outras, como: Tunísia, Progresso, Ilha de Sardenha, etc., certamente
fruto das suas memórias de viagem. A partir de 1910, a visão de Léon
Denis foi, dia a dia, enfraquecendo. A operação a que se submetera, dois
anos antes, não lhe proporcionara nenhuma melhora, mas suportava, com
calma e resignação, a marcha implacável desse mal que o castigava desde a
juventude. Aceitava tudo com estoicismo e resignação. Jamais o viram
queixarse.
Todavia, bem podemos avaliar quão grande devia ser o seu sofrimento.
Mantinha volumosa correspondência. jamais se aborrecia. Amava a
juventude, possuía a alegria da alma. Era inimigo da tristeza.
O mal físico, para ele, devia ser bem menor do que a angústia que
experimentava pelo facto de não mais poder manejar a pena. Secretárias
ocasionais substituíam-no nesse ofício. No entanto, a grande dificuldade
para Denis, consistia em rever e corrigir as novas edições dos seus
livros e dos seus escritos. Graças, porém, ao seu espírito de ordem e à
sua incomparável memória, superava todos esses contratempos, sem
molestar ou importunar os amigos.
Depois da morte da sua genitora, uma empregada cuidava da sua pequena
habitação. Ele só exigia uma coisa: o absoluto respeito às suas
numerosas notas manuscritas, as quais ele arrumava com meticulosa
precaução. E foi justamente por causa dessa sua velha mania que a
duquesa de Pomar o denominara “o homem dos pequenos papéis”.
Em 1911, após despender não pequeno esforço, no preparo da nova edição
d’ “O Problema do Ser, do destino e da Dor”, ficou gravemente doente com
uma pneumonia; foi o tratamento atempado do seu médico que, num curto
espaço de tempo, o colocou de novo em pé.
Contudo uma grande e profunda dor lhe estava reservada: veio a Guerra de
1914-18 e o seu espírito condoía-se ao ver partir para a frente de
batalha a maioria dos seus amigos.
Léon padecia, então, de uma doença intestinal e estava parcialmente
cego. Pela incorporação, os seus amigos do Espaço e, entre eles, um
Espírito eminente, comunicavam-lhe, de tempos em tempos, as suas
opiniões sobre essa terrível guerra,considerada nos seus dois aspectos: o
visível e o oculto.
Estas comunicações levaram-no a escrever um certo número de artigos,
publicados na “Revue Spirite”, na “Revue Suisse des Sciences Psychiques”
e no “Echo Fid”, onde transparece, dentro da lei de causa e efeito, o
seu grande amor pela terra onde nasceu.
Quando a Guerra se aproximava do fim, a “Revue Spirite” passou a
publicar, em todos os seus números, artigos de Léon Denis.
Após a 1ª Grande Guerra, aprendeu braille, o que lhe permitiu fixar no
papel os elementos de capítulos ou artigos que lhe vinham ao espírito,
pois, nesta época da sua vida, estava, por assim dizer, quase cego.
Em 1915 iniciava ele uma nova série de artigos, repassados de poesia
profunda e serena, sobre a voz das coisas, preconizando o retorno à
Natureza. Nesta época, um forte vento soprava contra o Kardecismo. O
fenomenismo metapsiquista espalhava aos quatro ventos a doutrina do
filósofo puro. P. Heuzé fazia muito barulho através do “L’ Opinion”, com
as suas entrevistas e comentários tendenciosos. Afirmava,
prematuramente, que, à medida que a metapsíquica fosse avançando, o
Espiritismo iria, a par e passo, perdendo terreno. A sua profecia, no
entanto, ainda não se realizou.
Após a vigorosa resposta de Jean Meyer na “Revue Spirite”, Léon Denis
por sua vez, entrou na discussão, na qualidade de presidente de honra da
União Espírita Francesa, numa carta endereçada ao “Matin”, na qual
estabelecia, com admirável nitidez, a diferença entre Espiritismo e
Metapsiquismo.
A partir desse momento, Léon Denis teve que exercer grande actividade
jornalística para responder às críticas e ataques de altos membros da
Igreja Católica, saindo-se, como era de esperar, de maneira brilhante.
Em Março de 1927, com 81 anos de idade, terminara o manuscrito que
intitulou de “O Génio Céltico e o Mundo Invisível”. Neste mesmo mês a
“Revue Spirite” publicava o seu derradeiro artigo.
Terça-feira, 12 de Abril de 1927 pelas 13 horas, respirava Denis com
grande dificuldade. A pneumonia atacava-o novamente. A vida parecia
abandoná-lo, mas o seu estado de lucidez era perfeito. As suas últimas
palavras, pronunciadas com extraordinária calma, apesar da muita
dificuldade, foram dirigidas à sua empregada Georgette: “É preciso
terminar, resumir e... concluir”. Fazia alusão ao prefácio da nova
edição biográfica de Kardec. Neste preciso momento, faltaram-lhe
completamente as forças, para que pudesse articular outras palavras. Às
21horas o seu espírito alou-se. O seu semblante parecia ainda em êxtase.
As cerimônias fúnebres realizaram-se a 16 de Abril. A seu pedido, o
enterro foi modesto e sem o ofício de qualquer Igreja confessional. Está
sepultado no cemitério de La Salle, em Tours.
Abaixo, alguns livros de Léon Denis:
· Cristianismo e Espiritismo (Ed. FEB)
· Depois da Morte (Ed. FEB)
· Espíritos e Médiuns (Ed. CELD)
· Joana D’Arc, Médium (Ed. FEB)
· O Além e a Sobrevivência do Ser (Ed. FEB)
· O Espiritismo na Arte (Ed. FEB)
· O Porquê da Vida (Ed. FEB)
· O Problema do Ser, do Destino e da Dor (Ed. FEB)
· Socialismo e Espiritismo (Ed. “O Clarim”)
Texto de José Basílio, baseado no livro “Páginas de Léon Denis” de
Sylvio Brito Soares
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