Post.99:
POR QUE AS ENCHENTES, TUFÕES, FURACÕES, ETC.?
Allan Kardec perguntou aos Espíritos: "Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?"
Os Espíritos responderam: "Para
fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma
necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova
existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que
se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados.
Somente do nosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os
qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas
subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto
se dê o advento de uma ordem de coisas e para que se realize em alguns
anos o que teria exigido muitos séculos." (questão 737)
Há
uma ordenação divina no Universo. Deus a tudo prevê e provê, atendendo
às necessidades evolutivas de seus filhos. Nada ocorre por acaso.Os
próprios Espíritos, os seres inteligentes da Criação que povoam o
Universo fora do mundo material, segundo a definição expressa na questão
nº 76, de "O Livro dos Espíritos", participam dessa ordenação, num
sistema hierárquico determinado exclusivamente pelo merecimento.Quanto
mais evoluídos, mais complexas e importantes as suas tarefas.Espíritos
puros e perfeitos são promovidos a prepostos do Criador, com largas
responsabilidades que envolvem o progresso de imensas coletividades,
orientando-as em experiências compatíveis com suas necessidades
evolutivas.Sabe-se que as manchas solares, detectadas por sofisticado
instrumental científico, fruto de explosões atômicas que ocorrem no
astro-rei, são responsáveis por múltiplos fenômenos climáticos
terrestres e não raro promovem flagelos devastadores, como tufões,
tempestades, nevascas, secas, enchentes . . .Seriam casuais tais
ocorrências? Para o materialista, certamente. Mas o religioso, que
concebe a onisciência e onipotência de Deus, não pode desenvolver
semelhante raciocínio, que equivaleria ao reconhecimento de que a
Natureza escapa ao comando divino.Admitindo, portanto, que o Criador
controla os fenômenos naturais, contando com a participação de seus
prepostos, podemos conceber que as convulsões solares são programadas
por engenheiros siderais em benefício dos planetas que se movem em sua
órbita, como um todo, e, em particular, beneficiando as coletividades
terrestres, mais diretamente afetadas.Os flagelos decorrentes beneficiam
fisicamente o planeta, principalmente na renovação de sua atmosfera,
mas sobretudo, impõem um agitar das consciências humanas, tanto para
aqueles que desencarnam em circunstâncias dolorosas e traumáticas,
quanto para os que colhem as conseqüências da devastação ocasionada.
Experiências assim representam a oportunidade de resgate de seus débitos
do pretérito, ao mesmo tempo em que fazem sua iniciação nos domínios da
solidariedade. As vítimas das grandes calamidades tornam-se menos
envolvidas com as ilusões, mais dispostas a ajudar o semelhante, após
sentirem na própria carne a dor que aflige seus irmãos.A Lei de
Destruição funciona, também, para conter os impulsos desajustados da
criatura humana (com a Natureza, com o corpo físico, etc.). Não é
preciso grande esforço de raciocínio para perceber que a AIDS, a
síndrome de insuficiência imunológica adquirida, representa uma resposta
da Natureza aos abusos cometidos pelo Homem nos domínios do sexo, a
partir da decantada liberdade sexual, na década de sessenta.A AIDS vem
impondo ao Homem disciplinas às quais não se submeteria em
circunstâncias normais. O mal terrível e assustador ajudá-lo-á a
compreender que é preciso respeitar o sexo, que podemos exercitá-lo com
liberdade, desde que não resvalemos para a liberalidade e muito menos
para a licenciosidade. Sexo sem compromisso, sem responsabilidade, é
mera semeadura de frustrações e comprometimento com o vício, resultando
em inevitável colheita de desajustes e sofrimentos.Talvez a AIDS faça
parte de um elenco de medidas renovadoras que preparam a civilização do
terceiro milênio. Oportuno recordar que determinados surtos de progresso
para a humanidade são marcados por flagelos terríveis que dizimam
populações imensas. Exemplo típico foi a Peste Negra, no século XIV,
enfermidade mortal provocada por um bacilo que se instalava nos
aparelhos digestivo e circulatório, eliminando suas vítimas em poucos
dias. Disseminada pelo Oriente e pela Europa, exterminou perto de vinte e
cinco milhões de pessoas, em plena Idade Média, um período de
obscurantismo, em que a civilização ocidental parecia imersa em
trevas.No entanto, após a Peste Negra floresceu o Renascimento, um
abençoado sopro de renovação cultural e artística, como o alvorecer de
radioso dia precedido de devastadora tempestade noturna. (Richard
Simonetti)
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